sábado, 8 de maio de 2010

As TIC no futuro?

Falar sobre o futuro das TIC é falar também sobre sua efemeridade.
As TIC impõem um movimento tão alucinado e por vezes tão passageiro que num instante o que parecia futuro se torna presente e já aponta pra algo futuro novamente.
E esse movimento, embora passe por nossas vidas como algo rápido e efêmero, – o que muitas vezes se confunde com um simples modismo das tecnologias – SUTILMENTE vai determinando novos modos de viver e, portanto, de se relacionar com a as “coisas” do mundo e com os sujeitos.
Nessas antíteses das TIC, nessas relações de presente e futuro, de real e virtual novos espaços vão sendo criados e culturalmente já referendados e são espaços onde as relações humanas acontecem.
Antes para nos comunicarmos com o outro pegávamos um carro, uma bicicleta, íamos a pé até a casa da pessoa ou ao ponto de encontro. Hoje, os veículos podem ser outros:celulares, e-mails, torpedos, fórum, chat, Twitter, MSN, Skype e o caminho é o espaço virtual. E isso que parece apenas uma revolução tecnológica está DITANDO as regras de convivência, está construindo culturas e modificando substancialmente os modos dos indivíduos se relacionarem.
Nesse sentido, é relevante fazermos um recorte sobre a importância desses espaços onde as relações humanas acontecem e alguns questionamentos sobre a influência do futuro das TIC na educação: que espaço virtual é esse que possibilita e interfere nos modos de aprender e apreender as coisas do mundo? Que espaço virtual é esse que impõe novas formas de relacionamentos pessoais e interpessoais?
Se antes podíamos afirmar que a característica fundamental da internet era a rede mundial de interligação e identificação por meio dos computadores, também é fato que a Web 2.0 já imprime um outro movimento para essa integração por meio de outras tecnologias que não somente os PC.
Se hoje temos tecnologias de ponta, também, temos tecnologias nas pontas dos dedos, na palma das mãos. E se num determinado momento à escola cabia a inclusão digital dos nossos alunos e professores, hoje com vistas para um futuro bem próximo, cabe à escola também incorporar os espaços virtuais como objeto de estudo e aprendizagem, porque é também um espaço onde a vida acontece.
E a vida tem que acontecer na escola!
Nesse movimento, as TIC fortalecem e potencializam cada vez mais as relações a distância, que na verdade já não distancia, mas aproxima cada vez mais os sujeitos e por foco de interesse.
Nessa perspectiva, o importante não é tanto pensar o que as TIC nos reservam para o futuro no sentido visionário, para onde nos levarão as novas invenções tecnológicas, mas como usaremos as TIC num futuro que rapidamente se transforma em presente e interferem substancialmente nos modos de aprender.
As TIC já fazem parte do universo infantil e, portanto, desde cedo nossas crianças já estão imersas nessa cultura digital.
À criança – um ser produtor de cultura – não deve ser negado o acesso às inúmeras possibilidades de expressão das diferentes linguagens presentes no universo midiático.
Construir situações de aprendizagem utilizando o computador, bem como câmeras e filmadoras digitais, gravadores de som, CD, projetor multimídia, escâner e outros é oferecer às crianças experiências por meio do lúdico que desperta, que provoca e que suscita.
Nesse sentido, a interação entre as crianças, permeada pela troca de suas leituras e escritas (gestos, rabiscos, desenhos, imagens, animações, quadrinhos...) ampliam as possibilidades de vivências que permitem a emergência de escritas. A exploração das interfaces de softwares como o pincel, a tinta, a tesoura, o copiar e colar, carimbos e tantos outros contribuem para que brincando e experimentando letras, texturas, cores e formas seja desencadeada a fruição do processo criador que evidencia uma visão de mundo próprio da infância.
Assim sendo, as perguntas que não querem calar nesse momento são:
1. Quais as consequências para os nativos digitais se a escola não construir um currículo que contemple as tecnologias e os espaços virtuais bem como as linguagens por estes veiculadas?
2. Qual o papel das TIC no futuro nos modos de ensinar e aprender?
3. Como construir um currículo de TIC na educação sem escolarizar seus recursos e ambientes virtuais?
Poderíamos elencar inúmeras outras questões, mas o que é mais urgente dentre todas as respostas possíveis é que a escola atente aos espaços virtuais na dimensão de suas possibilidades culturais e inovadoras; atentem para as linguagens que neles circulam, aos diferentes modos de ler e escrever, pois neles se encontram diferentes tipos de leitores e escritores, que atentem, enfim, aos outros meios de comunicação e recursos, que são aspectos fundamentais para a construção de um currículo básico que farão toda a diferença num futuro bem próximo.